Descrição
A ideia de dotar o Exército Brasileiro de novos blindados sobre lagartas, visto que os incorporados em 1921 haviam chegado ao fim na primeira metade dos anos de 1930, sem ter despertado um maior interesse dentro da força militar, quase caindo no esquecimento, num momento crucial em que o mundo caminhava para o maior de todos os conflitos, que viria a ser a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) numa onda de grandes modificações geopolíticas que estavam ocorrendo no mundo naquele época, acabaram por despertar em 1938 em outro militar brasileiro o qual também havia estudado na França, na Escola de Cavalaria do Exército Francês, na área de blindados, o então Capitão Carlos Flores de Paiva Chaves, um cavalariano que se viu estar à frente da nova tentativa de implantação dos blindados em nosso país.
Suas ideias começaram a ser difundidas em 1935, quando foi instrutor do curso de Cavalaria da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército Brasileiro.
Em 1935, foi criada a Seção de Motomecanização no Estado-Maior do Exército, por influência do chefe da Missão Militar Francesa, General Paul Noel. Três anos depois, regressou ao Brasil o General Waldomiro Castilho de Lima, após ter observado as operações de Guerra na Abissínia (1938), ocupada pelas tropas italianas.
A conselho deste comandante, o governo brasileiro decidiu substituir os obsoletos Renault FT-17, por modernos carros de combate Fiat-Ansaldo CV 3 35 II, que operavam com relativo sucesso no terreno montanhoso em que se desenvolveu a Guerra Civil Espanhola e nas terras áridas da Etiópia, sendo assim, adquiridas 23 destas viaturas.
Foram oficialmente apresentados às autoridades brasileiras na parada de 7 de setembro de 1938, formando, desta forma, a primeira unidade mecanizada da nossa cavalaria, o “Esquadrão de Auto-Metralhadoras de Reconhecimento”.
Em 21 de janeiro de 1939, foi criado o Centro de Instrução de Motorização e Mecanização (CIMM), sob o comando do Major Durval de Magalhães Coelho, que teve como subcomandante o Capitão Paiva Chaves.
Neste Centro foram ainda agregados os cinco Renault FT-17 remanescentes. Estes blindados foram usados na instrução e manobras até 1942 e marcou definitivamente a consolidação dos blindados no Exército Brasileiro, responsável pela grande tentativa modernizadora dentro do Exército que continua até aos nossos dias.
Este livro tem por intuito, preservar e entender este momento único na História Militar Brasileira e como transcorreu esta grande e transformadora mudança dos meios militares terrestres no país.
